sexta-feira, 23 de abril de 2010

me ouve!


*Se encontre em mim


Comecei sendo um bebê birrento. Apesar de fofa e bochechuda, era birrenta. Cresci um teco, e chorei um monte quando ganhei uma boneca. Queria um carrinho. Aí eu cresci mais e eu adorava ir para a escola. Já quis ser professora e tinha alunos imaginários (bom, pelo menos a lousa de verdade, com giz e apagador, eu tinha!)


Descobri os gibis da Mônica e eu sempre lia pro Chechel (meu irmão, que apesar do tamanho de hoje, vai ser sempre meu irmãozinho engraçadinho). Descobri também os livros do Pedro Bandeira e bla bla bla. Virei uma nerd.


Mas também fui rebelde, daquelas que usam calças bigs (juro!), andam de cara feia e tudo. Até achavam que conhecia a filosofia de Nietzsche. Já pintei o cabelo de várias cores e já tive vários cortes de cabelo, como uma forma de protesto a não sei o que. Vai ver, protesto a mim mesma. A minha alma era perdidinha da silva, vivia procurando por aquilo que nem ela sabia, coitada! Era. Não é mais. Aquietou dentro do coração. Aprendi a ser gente, talvez. Aprendi a ser mulher.


Assisti o filme '10 coisas que odeio em você' e me apaixonei pra sempre. Conheci os livros de Clarice Lispector e me encantei. Fui à exposição das obras dela em São Paulo e quase chorei. Fui no último show dos Los Hermanos e me orgulho muito disso. Ser fã uma vez na vida, às vezes, faz muito bem.


Já me chamaram de fria, mas não sou não! É que eu sempre soube muito bem a diferença entre romantismo e melosidade. Detesto melosidade.


Adoro roupas largas e confortáveis com cara de pijama, simplesmente porque as roupas precisam te deixar ser. Gosto muito de brincar com o cabelo fazendo penteados diferentes, e me surpreendo quando algum fica realmente bonito. Me formei em design de moda e não sei muito bem por quê. Vai ver, porque eu não queria fazer psicologia, daí me sobrou a moda. Decisão por exclusão, sabe? Sempre foi assim. Só com você que não. Você eu já sabia que queria, sem ter que excluir ninguém. Não havia outra possibilidade, outra opção. Ah! Mais uma coisa: não me perguntem se estão na moda. Isso não tem graça, nunca teve! E não sei desenhar, não mesmo. Só sei escrever, não é?


Amo berinjela e abóbora. Não gosto muito de refrigerante, mas se for pra escolher, prefiro guaraná e você sabe muito bem disso. A melhor parte é que nós dois preferimos suco de laranja fresco. Acho o teu strogonoff o melhor de todos.


Gosto de sair, gosto de rir, gosto de beber. Adoro dançar engraçado e adoro quem faz isso. E sábado a noite, sozinha, com Zorra Total na TV não é mais o fim da picada.


Admiro tatuagens bem feitas e não entendo porque as pessoas encanam tanto com isso. São apenas desenhos sobre a pele. Fico boba com a graça e a beleza que as tatuagens dão as pessoas. Gosto de piercing de argola no nariz. Sim, o de argola!


Já vivi uma história de amor e acredito que continuo vivendo. Já passei da felicidade divina pra tristeza profunda numa rapidez de um segundo. E disse que não ia conseguir (o que eu precisava conseguir, nem eu sabia.) E as pessoas me falavam que ia sim! E eu consegui. Consegui continuar a ser gente. E ser gente não quer dizer ser sempre feliz achando que a vida é bela e tudo passa. Ser gente é saber ser, mesmo quando não se quer mais, mesmo quando isso parece ser pesado demais. Aprendi a dor da perda, o que não quer dizer que eu tenha aceitado. Sei que é possível chorar dias e dias sem parar e isso não é coisa de novela.


Sei perdoar e sei que realmente consigo perdoar. Mas não sei esquecer uma maldade humana e um egoísmo infantil, portanto, não sei perdoar tão bem. Talvez, tão bem desse jeito, só Deus. Gosto muito de pessoas, embora as ache cruéis demais. Por isso gosto tanto de sonhar. Sei ser forte sem querer, o que me faz chorar muito. E acordar com os olhos inchados já não é mais um problema pra mim. Acontece com todo mundo. A diferença é que com algumas pessoas acontece quase todos os dias. Aí o olho já nem parece mais inchado, parece defeito de rosto mesmo. E as olheiras aumentaram, viu...


Não admito falta de respeito. Bom senso é algo que toda mãe deveria ensinar aos seus filhos.


Sei que a vida não é justa (e você sempre soube disso muito bem, né meu lindo?), mas acredito que muito daquilo que aqui se planta, aqui se colhe. Acredito piamente em Deus. E não é uma fé burra (se é que existe alguma fé burra). É experiência de vida. É ter sabedoria de ver pelo ângulo mais bonito. Dói do mesmo jeito, mas é mais bonito.


E sei que ainda vem muito mais, mesmo quando já se sabe que a dor pode ser bonita de se ver, a vida pode ser chata de doer e a alegria pode ser de um tédio de matar.


Tá sobrando dias na minha vida ou tá faltando dias na tua?

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