sexta-feira, 2 de julho de 2010

constatação.




"Sabe, fedo... a vida é um pouco cruel para os que ficam. Quando eu olho ao redor, percebo que o mundo continua como sempre foi, independente da sua presença. O porteiro continua ali, a vizinha me dá bom dia sem nem desconfiar o que me tiraram, o moço do supermercado continua ensacolando as compras, a moça da padaria continua servindo, o Ponto do Sabor continua abrindo e fechando nos mesmos horários, a feirinha da lua tá ali todas as quartas assim como os jogos na televisão... Tudo segue com uma frieza de assustar até o ser humano mais calculista. Mas nem sempre é fácil seguir em frente, principalmente quando se sabe que o pra frente vai ser muito diferente do que se esperava e desejava. Por isso eu digo que as coisas, pra mim, nunca vão ser como antes."


Nunca vou me recuperar completamente desse soco na alma. Se alguém souber como se levanta sem ficar manca de uma fatalidade como essa, me conte. Por favor. Não sei lidar com sonhos escorridos entre os dedos. Fico tentando pegá-los de volta de qualquer jeito num malabarismo interminável e cansativo. E aí eu pergunto: quem tem coragem de me aconselhar a deixar esses sonhos caírem de vez? São tão lindos que dá pena.

Fica com os anjos, lindão.

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