quinta-feira, 25 de agosto de 2011

quando a alma transborda...

Hello, meu rapaz.

Peguei uma gripe fodástica esses dias. Fiquei de cama quase a semana inteira. Fazia tempo que uma gripe dessa não me pegava, heim nego véio. Sim... me lembrei do chá com gengibre e limão que você fez pra mim. E lembrei de você me mandando tomar remédio pra sarar logo, porque remédio foi feito pra isso. (Tomei remédios, e ainda estou tomando, e parei com essa "frescura" de não gostar de tomar remédios - embora eu realmente não goste - porque a gente vai crescendo, e não tem mais tanto tempo pra ficar doente, né?)

Queria te ver...

Parece que faz tanto tempo que eu namorei você, mas na verdade, não faz tanto tempo assim. Parece que faz tanto tempo que consegui respirar profundamente, levemente, maravilhosamente... parece que faz tanto tempo que o que eu fui eu já não sou mais, e chego a duvidar se fui mesmo. Parece que faz assim... milhões de anos... que tudo aconteceu. Às vezes, a memória falha um pouco e eu fico perplexa, porque isso sim é que não pode. A MEMÓRIA NÃO PODE FALHAR COM VOCÊ. Então eu me concentro, e ainda consigo fazer a lembrança voltar. Mas eu sei que com o tempo, alguns detalhes sumirão, alguns dias se apagarão, algumas frases se silenciarão. Porque é isso o que o tempo faz com a gente, com a nossa mente, com a nossa alma. Ingrato. Mas eu sei também que há coisas que jamais desaparecerão. Pode passar mais uma cacetada de milhões de anos. É aquela coisa que fica, aquela sensação, aquele sentimento bom, aquela saudade... mesmo que não me lembre detalhadamente de todos os dias que passei com você, sempre me lembrarei do mais importante: do tom da tua voz, do som da tua gargalhada, da doçura do teu olhar, dos teus ombros largos, da tua barba mal feita, das tuas singulares unhas, do teu senso de humor... único. Não há igual no mundo, sequer há parecido.

Queria te abraçar...

E então, a sensatez volta e nos diz: "a vida é assim mesmo, não é, minha querida? a gente perde, a gente ganha... um ciclo vicioso. Acontece com todo mundo". Pois é. E como se sustentam as pessoas que se dizem descrentes em Deus ou em qualquer outra coisa sobrenatural? Em quê elas se apoiam quando suas vidas são cortadas por fatos tremendamente dolorosos? Quando ninguém é capaz de dar explicações, motivos, causas, consequências... Quando você implora por algum sinal e, aparentemente, nada acontece. Como essas pessoas se sustentam? Situações em que amigo nenhum é capaz de te distrair. Situações em que pai nem mãe conseguem te amparar. Situações em que você se encontra sozinho, não por opção nem por castigo, mas por necessidade e realidade.

Queria te ouvir...

Fedo, eu tenho um medo constante de perder as pessoas que mais amo. E acredito que a humanidade inteira tenha esse medo, mas alguns não se dão conta. O maior medo, não é da dor nem do susto, é da falta. É a falta que cada um - ser humano único que é - faz... e, um dia, - sim, porque um dia acaba acontecendo - vai fazer eternamente. Então a vida se torna pesada, sabe? Torna-se estressante, como se eu tivesse que ficar atenta a toda hora, preparando meu psicológico, minha mente, meu coração. E tá tudo errado, não é? Me chama de doida, vai...

Queria te ser...

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