quinta-feira, 27 de maio de 2010

eita coração!




'Como faz com toda gente,
a vida já aprontou tantas comigo,
já me testou emocionalmente de tantas maneiras,
já cansou tanto a minha beleza
com suas armadilhas medidoras de fé, que,
no fim das contas,
ou bem aqui no meio delas,
ela me trouxe a graça e a liberdade de experimentar
viver com um coração
que não é de todo valente,
mas que é
humano.'

Ana Jácomo






Coração muy humano da moça valente. Valente, ma non troppo. Humano sim. Muy. Mucho. Molto. Very. Muito. Tão humano que ainda sente raiva, acredita? Tô te falando... cansou de tentar ser compreensivo demais. Admito que já ganhou muito nessa vida por compreender tanto. E de tanto compreender, compreendeu o irremediável: se viu humano. E por ter se visto na sua total integridade, sentiu raiva. Mas tudo bem. Raiva não é o fim do mundo. Antes raiva por querer fazer com que os outros também sejam mais humanos - ou menos humanos, sei lá - do que inveja por querer ter vida alheia. Inveja não, isso não. No. Non. Never. Isso o coração não aprendeu. Ufa. E se não aprendeu até hoje, tomara que seja sinal de que nunca vai aprender. Às vezes é bom ter um coração que não é de todo esperto, chega até a ser meio burro, que é pra não aprender certas coisas feias da vida.

Sei lá, sabe? Como o Caio disse: 'sei lá, menina, tá tudo tão legal - e um legal tão batalhado, um legal merecido, de costas e pernas doendo, mas coração tranquilo.'

Legal não é bem o jeito certo que está, né, pança? Ou para você que já está aí e, por isso, compreende as coisas melhor que o meu coração humano, tá tudo legal mesmo. Sei lá. Pra mim podia ser MAIS legal. Podia ser melhor. Já que foi batalhado, merecido, dolorido e tranquilo. Mas tá tudo bem. Pelo menos o coração humano eu alcancei. Acredito que já valeu a pena ter nascido.

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