sábado, 17 de julho de 2010

oi, amoreco.




'Acredite, minha pequena Maria!
Haja ou não frutos, é pelo sonho que vamos...'


Hoje é Dia de Maria



Acredita, fedo, que ainda não gravei aquela minissérie Capitu num dvd? Continua aqui paradinho no notebook. Tenho vontade de rir todas as vezes que me lembro daquela tarde. Lembra também? A gente ficou a tarde inteirinha no colchão na sala. Você, com o teu note jogando aquele poke, eu, com o meu note, assistindo a minissérie. A cada capítulo eu olhava pra você, suspirava e falava: 'fedo, é tão lindo isso aqui, é lindo demais!!!! Você precisa assistir comigo. Vou gravar pra gente assistir no dvd, você vai assistir comigo, né?'. Você concordava só por concordar, porque no fundo eu sabia que você não ia curtir tanto assim. Ou ia. Sei lá, agora fiquei confusa. O mais engraçado era quando eu me empolgava e ficava um tempão te falando sobre o figurino da minissérie. Lembra disso? Era pra compensar as horas em que você ficava um tempão me falando de alguma jogada do poker. Estamos quites.

(Na verdade, essa minissérie me traz um pouco de dor também. Ela era minha referência para o meu TCC e, consequentemente, minha referência também para elaborar aquele tal vídeo. E foi enquanto eu fazia esse tal vídeo que você partiu... Sei que uma coisa não tem nada a ver com a outra, mas o ser humano faz mesmo esses tipos de associações. Principalmente quando envolve traumas gigantescos, traumas de uma vida inteira.)

Falando nisso, nunca mais joguei, acha? É que eu não tenho paciência de jogar até o final. E você conhece o meu estilo de jogadora, né? All-in só em raros momentos, haha. Mas vou te contar uma coisa pro ce, nego véio, a gente é ninja demais. Quem mais nesse mundo faria a janta jogando poker nos dois notes ao mesmo tempo? Eu e você, você e eu.

Nunca mais cozinhei, sabia? Não tem mais graça e isso me lembra muito você. Me dá uma saudade daquele seu strogonoff... Você tem me feito muita falta, viu. Em todos os lugares, em todos os cômodos da casa.

Guardo você com muito carinho dentro do meu coração. Guardo todos os momentos encapados em papel de seda, coloridos e cheirosos. E aprendi a desembrulhá-los com muito cuidado sempre que quero matar um pouco a saudade. Assim eu sei que o tempo não vai te levar, o tempo não vai amarelá-los e a minha falta de organização não vai perdê-los. Fique tranquilo, te garanto.

Manda um beijo pra Deus e pra Santa.
Um beijo na pança pra você.
Saudades.

Ps: ouça essa música...



Ouvi pela primeira vez agora pouco. Sei que você vai dizer que é música para dormir. Concordo. Mas quero te contar que ela me fez sorrir, sem querer, pela paz que tem. Me fez sentir aquela nostalgia gostosa e doce, de todos os momentos lindos que já tive na vida, de tudo o que contribuiu para que eu me preparasse para você e de tudo o que tem contribuído para que eu me prepare para a vida.

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