sábado, 17 de julho de 2010

oie.

Sei lá, fedo... bateu uma deprê agora e muita vontade de conversar com a tua pessoa. Então vim aqui, mais uma vez, te escrever mais uma carta pra te dizer certas coisas, porque creio eu, embora você esteja aí do lado de lá, ainda não consegue ler pensamentos.

Hoje lembrei de você quando tava passando Entrando Numa Fria na tv. Hoje lembrei de você quando achei (aleluia!) um rímel que me faz parecer que realmente TENHO cílios (sim, barbudo, cílios meus, todos meus, sem serem comprados numa loja de esquina qualquer). Lembrei de você, porque ia gostar mucho de olhar pra tu, dar aquelas piscadelas e te ouvir dizer: 'linduda!'. Hoje lembrei de você quando o Chel quis porque quis comprar uma jaqueta de couro. Era você quem tinha que comprar uma dessas e sair por aí se achando o bam-bam-bam ao lado da mulher mais feliz do mundo - no caso, eu. Hoje lembrei de você quando dei o primeiro gole do suco de laranja que pedi no restaurante. Restaurante este que, por acaso, era um rodízio de carnes e também me fez me lembrar de você.

Você fez bastante parte do meu dia hoje, heim nego véio. Dói. Mas é bom, porque te sinto perto. Me faz chorar... sim, me faz chorar. Mas também me faz rir por eu ser capaz de lembrar de cada brincadeira tua, cada jeito teu de ser. Se a dor e as lágrimas forem o preço a ser pago pra eu poder carregar comigo todas as lembranças que tenho de nós, tudo bem. Me curvo e aceito. Com dignidade e sem reclamações. Porque eu quero acreditar que num futuro - não muito distante, espero - alguém dê um jeito nessa 'coisa' toda que virou as nossas vidas pra gente poder exclamar aliviados: 'ufa! Pensei que ninguém iria tomar providência nenhuma...'

Espero que você esteja bem, coisa bonita.

Daqui te mando a notícia de que estou bem, dentro do possível. E quero que você saiba que isto é um bom sinal. Não sei como são as coisas por aí, mas por aqui, conseguir ficar bem dentro do possível no meio de tanta dor e revolta já é o bastante. Talvez não seja o suficiente, mas aí já é querer demais. Querer que nada falte é querer demais. Dizem que sempre é mais complicado para os que ficam, porque os que vão se distraem facilmente com as novidades, embora sintam tanta saudade quanto. Gosto de pensar que as coisas estejam sendo assim, porque não suporto imaginar que você possa estar sentindo tanta dor como eu, ou mais dor. Não suporto isso, fedo. Então, fica bem, tá?

Um beijo no coração.
Saudades.

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