'... será a exceção o senso de humor de Deus?'
Fernanda Young
Fernanda Young
O mais estranho de tudo - e talvez será estranho pra sempre - é lembrar que você morreu, fedo. Sim, você morreu... os seres humanos criam vários eufemismo pra falar sobre a morte, mas o fato é que você realmente morreu. Seja lá o que esse verbo quer dizer.
Ainda me assusto com isso, sabia? Quando vejo, de repente e distraidamente, uma foto tua, um parente teu, ou algum amigo, ou até mesmo quando lembro de algo que você gostava, de algo que você ria, de algo que você detestava... me vem a surpresa: "nossa, o Gio morreu...". E por incrível que pareça, repasso tudo na memória só pra ter certeza de que isso realmente aconteceu, de que não foi sonho, de que não é loucura da minha mente. É só a loucura do mundo, não é? Só...
Fora do meu contexto familiar, fedo, deixando de lado as pessoas com quem cresci, você foi a pessoa mais próxima de mim que a morte levou. Acho que posso até arriscar em dizer que você foi a pessoa pra quem mais mostrei minha alma. E não sei se um dia vou conseguir mostrar tudo isso de novo para um outro alguém. Não é pessimismo nem falta de esperança ou vontade. Eu sou assim, você sabe.
Você sabe que eu não me mostrei pra você em um dia. Foram vários dias, foram meses, pra que você conseguisse realmente me conhecer. E se você conseguiu ver o que pouca gente vê, foi mérito teu. Não fui eu que me expus, você é que foi conquistando cada vez mais. Aos poucos, devagar. Por isso eu acredito tanto quando você me disse que eu era a mulher da tua vida. Porque eu sei que, naquele momento, você já me conhecia suficientemente bem e podia afirmar isso sem ser da boca pra fora.
E então, na maior ironia que a vida pode ter, você morreu. Em um feriado nacional. Na cidade que eu tanto amo e tanto quis morar. Do jeito que você mais tinha medo. Na noite em que eu já estava morrendo de saudades por ter ficado dois dias longe de você. Na noite em que eu queria tanto conversar um teco com você e dizer: "viu como passou rápido? ja ja tô aí, dá pra me pegar na rodovs?". Não falei nada. Não te vi mais.
Talvez você me ouça. Talvez você me leia. Talvez você até me veja. Mas eu não consigo nada disso, fedo. Eu não te ouço e não te vejo. E cada vez mais te sinto menos. Então, se eu não deixar tudo isso um pouco de lado, de vez em quando, eu enlouqueço. Porque Deus não quis me explicar nada - embora ele não tenha obrigação disso. Portanto, entre ficar louca de vez e fingir que foi um grande susto e passou, fico com a segunda opção. Por questão de sobrevivência - minha e de todos que estão a minha volta.
Foi um grande susto. Mas em vez do coração acelerar, ele congelou. Prendeu a respiração, como se quisesse fazer o tempo voltar e não ouvir nem sentir nada do que te aconteceu. Talvez ele ainda espere isso e, talvez, seja essa a explicação pro comportamento duro desse coração. Ele nunca foi assim, de resistir às coisas boas que lhe acontecem, de desconfiar de tudo, principalmente da vida.
É que quando se teve confiança demais na felicidade, a gente fica assim mesmo, sabe? Só esperando o grande susto. O que me conforta é que o alívio que se tem quando um grande susto passa é muito maior que o próprio susto.
Ainda me assusto com isso, sabia? Quando vejo, de repente e distraidamente, uma foto tua, um parente teu, ou algum amigo, ou até mesmo quando lembro de algo que você gostava, de algo que você ria, de algo que você detestava... me vem a surpresa: "nossa, o Gio morreu...". E por incrível que pareça, repasso tudo na memória só pra ter certeza de que isso realmente aconteceu, de que não foi sonho, de que não é loucura da minha mente. É só a loucura do mundo, não é? Só...
Fora do meu contexto familiar, fedo, deixando de lado as pessoas com quem cresci, você foi a pessoa mais próxima de mim que a morte levou. Acho que posso até arriscar em dizer que você foi a pessoa pra quem mais mostrei minha alma. E não sei se um dia vou conseguir mostrar tudo isso de novo para um outro alguém. Não é pessimismo nem falta de esperança ou vontade. Eu sou assim, você sabe.
Você sabe que eu não me mostrei pra você em um dia. Foram vários dias, foram meses, pra que você conseguisse realmente me conhecer. E se você conseguiu ver o que pouca gente vê, foi mérito teu. Não fui eu que me expus, você é que foi conquistando cada vez mais. Aos poucos, devagar. Por isso eu acredito tanto quando você me disse que eu era a mulher da tua vida. Porque eu sei que, naquele momento, você já me conhecia suficientemente bem e podia afirmar isso sem ser da boca pra fora.
E então, na maior ironia que a vida pode ter, você morreu. Em um feriado nacional. Na cidade que eu tanto amo e tanto quis morar. Do jeito que você mais tinha medo. Na noite em que eu já estava morrendo de saudades por ter ficado dois dias longe de você. Na noite em que eu queria tanto conversar um teco com você e dizer: "viu como passou rápido? ja ja tô aí, dá pra me pegar na rodovs?". Não falei nada. Não te vi mais.
Talvez você me ouça. Talvez você me leia. Talvez você até me veja. Mas eu não consigo nada disso, fedo. Eu não te ouço e não te vejo. E cada vez mais te sinto menos. Então, se eu não deixar tudo isso um pouco de lado, de vez em quando, eu enlouqueço. Porque Deus não quis me explicar nada - embora ele não tenha obrigação disso. Portanto, entre ficar louca de vez e fingir que foi um grande susto e passou, fico com a segunda opção. Por questão de sobrevivência - minha e de todos que estão a minha volta.
Foi um grande susto. Mas em vez do coração acelerar, ele congelou. Prendeu a respiração, como se quisesse fazer o tempo voltar e não ouvir nem sentir nada do que te aconteceu. Talvez ele ainda espere isso e, talvez, seja essa a explicação pro comportamento duro desse coração. Ele nunca foi assim, de resistir às coisas boas que lhe acontecem, de desconfiar de tudo, principalmente da vida.
É que quando se teve confiança demais na felicidade, a gente fica assim mesmo, sabe? Só esperando o grande susto. O que me conforta é que o alívio que se tem quando um grande susto passa é muito maior que o próprio susto.
2 comentários:
Voce falou agora tudo que eu sinto também.....ele morreu.....
OI querida,comovente e apaixonante suas palavras, realmente sobe expressar seu amor...
mas... sabe Como podemos enfrentar a morte? Não devemos ter medo se Deus está conosco. A Bíblia diz em Salmos 23:4 “Ainda que eu ande pelo vale da sombra da morte, não temerei mal algum, porque tu estás comigo; a tua vara e o teu cajado me consolam.”
O poder da ressurreicção vem de Cristo. A Bíblia diz em 1 Coríntios 15:21-22 “Porque, assim como por um homem veio a morte, também por um homem veio a ressurreição dos mortos. Pois como em Adão todos morrem, do mesmo modo em Cristo todos serão vivificados.”
Por que que Deus deu o Seu Filho ao mundo? A Bíblia diz em João 3:16 “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.”
Os justos serão ressuscitados na Segunda Vinda de Cristo. A Bíblia diz em 1 Tessalonicenses 4:16-17 “Porque o Senhor mesmo descerá do céu com grande brado, à voz do arcanjo, ao som da trombeta de Deus, e os que morreram em Cristo ressuscitarão primeiro. Depois nós, os que ficarmos vivos seremos arrebatados juntamente com eles, nas nuvens, ao encontro do Senhor nos ares, e assim estaremos para sempre com o Senhor.”
Que acontecerá depois da ressurreição? A Bíblia diz em Filipenses 3:20-21 “Mas a nossa pátria está nos céus, donde também aguardamos um Salvador, o Senhor Jesus Cristo, que transformará o corpo da nossa humilhação, para ser conforme ao corpo da sua glória, segundo o seu eficaz poder de até sujeitar a si todas as coisas.”
Por quanto tempo viveram os justos ressuscitados? A Bíblia diz em Lucas 20:36 “Porque já não podem mais morrer; pois são iguais aos anjos, e são filhos de Deus, sendo filhos da ressurreição.”
Bíblia diz em Apocalipse 20:4-5 “E eles [os justos] reviveram, e reinaram com Cristo durante mil anos.
JESUS TE AMA, FICA EM PAZ, descansa no senhor....
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