sábado, 30 de abril de 2011

a mocinha é que é malandra.

- Você é a mocinha... sempre. - ele diz.

- Ah tá... então no caso você é o mocinho?

Um minuto de silêncio, reticências mágicas no ar. É a Lua.

Mas a Lua tem fases e faces. Diversas. No fim, a mocinha pode virar bandida, sem o menor pudor. Jamais por maldade, sempre por necessidade. Talvez para conseguir suportar o extraordinário transformado em ordinário.

A mocinha que nunca gostou de cor-de-rosa cresce. Percebe que correr atrás daquilo que não existe não presta. Suporta as conversinhas-de-sempre com um sorriso no rosto por não ter mais forças para mudar o rumo daquilo. A mocinha compreende tudo, não julga ninguém e o que ela mais quer ver é todo mundo feliz consigo mesmo, todo mundo forte sendo capaz de suportar a própria solidão. Ela não quer um amor pra vida inteira. Ela quer uma vida inteira de amor. E é nesse ponto que a mocinha vira bandida, se é que me entendem.

A bandida também chora. Mas diferentemente da mocinha, não chora por um amor. Chora por ela mesma, pela dor causada pelo alargamento da alma. A bandida pode ter o mundo na alma. A mocinha jamais suportaria isso. A bandida causa medo por ser apaixonante; a mocinha não causa muita coisa, ela só quer ser feliz para sempre.

E a bandida acaba assustando por querer mais do que ser feliz para sempre.

Bandida, força, amiga!

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