sábado, 10 de julho de 2010

tristeza calada e completa.




'... mesmo quando não pensava conseguido,
dentro dele parava uma tristeza:
tristeza calada,
completa,
comum das coisas quando as pessoas foram embora.'

Guimarães Rosa
[Manuelzão e Miguilim]





A vida segue, fedozinho. A gente querendo ou não. Ela é tão forte que mesmo a gente não querendo mais, ela consegue ir empurrando e empurrando e empurrando... até a gente pegar no embalo, sabe? Ou no tranco.

A dificuldade toda é nesse meio caminho. Cheio de pedras, obstáculos, subidas e lágrimas. Mas aí, o engraçado, é que a gente vai se distraindo com as coisas da vida mesmo. Pois é, essa vida é bem danada. Distrai sem a gente perceber e quando se dá conta a gente já pegou no tranco e tá no maior gás. É um pepino aqui pra resolver, é uma preocupação ali pra tirar umas noites de sono, é uma festinha combinada acolá. E assim vai...

Depois que passou toda essa loucura - se é que um dia passa - a gente percebe que voltou a viver, embora continue chorando. Porque, com vida ou sem vida, o negócio é que a saudade aperta, lindudo. Aperta muito. Algumas vezes sufoca. Mas aí a gente percebe que dá pra viver com isso. E aí a gente acha que pode tudo. Que nada mais vai nos abalar tanto. A gente acha que o coração alcançou PhD em 'calejamento' e que a gente só não é super-herói porque não sabe voar. A gente acha cada coisa, fedo...!

Tem vezes que penso em você, em mim, em nós, e surpreendo o pensamento sussurando pro coração: 'que sonho mais lindo esse que você teve...' É cada coisa que a gente pensa, inventa e vive...

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