quinta-feira, 12 de agosto de 2010

10 meses...




'Ó Deus, não me castigue se falo
minha vida foi bonita!
somos humanos,
nossos verbos têm tempos,
não são como o Vosso, eterno.'

Adélia Prado






A hora de dormir é sempre a pior hora, não é? Porque é quando a gente pensa em tudo o que foi, em tudo o que está sendo, em tudo o que pode ser e em tudo o que poderia ser e não será. Não tem como evitar... parece que o cérebro (ou até mesmo o coração) precisa disso pra poder descansar no travesseiro. Quando o sono chega e a gente enfim dorme, é o maior alívio pra alma. Acordada, fico na ansiedade de saber se desta vez, nesta noite, vou sonhar com você de novo. Quando durmo, penso em mais nada e até me esqueço de que eu sou eu.

Então, fedozinho, eu tive que dar um jeito nisto tudo. A saudade anda grande demais e já está ficando insuportável. E por mais que eu implore a Deus pra que eu possa sonhar com você (veja bem o tipo de coisa que ando implorando...), não é sempre que Ele me atende. E se atende, simplesmente não consigo me lembrar quando a alma volta pro corpo e a mente lembra que eu sou eu. Então eu dei um jeito.

Resolvi, eu mesma, por conta própria, te encontrar todas as vezes que eu sentir vontade. Me concentro, respiro fundo e fecho os olhos. Com os olhos fechados, consigo te ver inteiro. Consigo ver o que você está fazendo, consigo sentir teu cheiro, consigo te abraçar, consigo conversar com você, consigo te ouvir, consigo te namorar. Com os olhos fechados, mirando meu coração nas estrelas, te tenho do meu lado e mato um pouco a saudade que teima em me apertar, como uma coisa burra que não entende nada das coisas da vida.

Assim, eu choro, eu rio e durmo.

A minha vida, nego véio, não está sendo nada daquilo que planejei um dia. Assim como eu sei que quando eu estava com você, ela também não estava sendo nada do que havia planejado um dia. Mas era melhor. Inesperadamente melhor. Como se fosse a época das vacas gordas, sabe? Como se tivesse soprado sobre mim - sobre nós - os ventos bons da vida. Mas como tudo o que vai, volta, o vento voltou e levou pra longe muitas coisas. Embora ele tenha sido bonzinho de ter permitido que ficasse em mim muitas coisas tuas, às vezes me desespero por não saber o que fazer com o que não ficou.

Rezo todas as noites para que Deus me ajude a compreender tudo isso. Eu sei que Ele tem um plano - e deve ser, com certeza, coisa boa. Mas eu quero compreender, fedo... pra poder ter a certeza de que você está seguindo em paz.

Um comentário:

lourdes disse...

E´Mi...10 meses de saudade,de tristezas e muitas lágrimas...dor que chega ser fisica as vezes...mas tranquilidade e paz pq o Gio sempre foi uma pessoa de bom coração, alegre, uma pessoa da paz....então sei que ele esta com Deus aguardando um reencontro com todos nós...