domingo, 7 de novembro de 2010

quem me garante?



'Acho que a vida tem mesmo dessas delicadezas:
na hora certa termina uma história e muda o assunto.'

Vanessa Lombardi
[blog Caixa Mágica]






E quem é que sabe quando é a hora certa? De um lado, a nossa visão dizendo que tudo está errado; de outro, as mãos do mundo agindo implacavelmente, para que a gente cresça, para que a gente evolua, para que a gente aprenda, para que a gente saiba viver de outras maneiras. Porque, talvez, ser feliz demais pode até ser pecado também.

Quando uma tristeza profunda invade o coração depois de se ter vivido as horas mais felizes que se podia ter, a gente pensa que a felicidade também deve ter a medida certa. Nem pouco - porque pouco não é felicidade - nem muito, porque muito é pecado. Muita felicidade é uma ofensa para aqueles que não conseguem ser felizes. Não porque não mereçam ser felizes, simplesmente não conseguem.

Então isso faz a gente pensar que está certo. Que talvez seja a hora de mudar de assunto. De viver outras experiências, compartilhar a vida com outras pessoas, aceitar os nãos e buscar o sins. E percebe-se que mudar de assunto nem é tão difícil, o complicado é terminar uma história. Porque dói, faz chorar, dá saudades... Terminar uma história é como matar uma vida. É assassinar uma parte da gente e uma parte do outro, é matar momentos futuros sonhados em parceria, é deixar de lados sonhos bonitos, é apagar um pouco o brilho dos olhos pela frustração, é aprender a sorrir como uma criança que sabe que atrás dos dentes há muito mais que esse simples sorriso aparentemente ingênuo. Porque a gente sabe que é um sorriso sofrido e batalhado, que traz junto um coração muitas vezes cansado, mas jamais vencido.

Vamos fazer o seguinte então, fedo? Com os outros, eu mudo o disco e o assunto. Com você, vai ser sempre aquele assunto. Nada mudou, nada mudará. Pra você, guardo o brilho mais intenso e o sorriso mais bonito.

Porque quem é que pode me garantir que nossa história terminou?

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