segunda-feira, 27 de junho de 2011

chega!

Estranho como, de repente, as lembranças ficam longes. Estranho também como, de repente, elas voltam correndo e nos dão um susto. Pode-se até exclamar: "nossa, mas eu vivi tudo isso mesmo?"

Tenho raiva de quem te tirou de mim. Pronto, falei. Mas não é aquela raiva absurda de querer que esse ser sofra muito ou qualquer coisa do tipo. É simplesmente raiva. Entende? Por mais que eu tente compreender que tudo deve ter acontecido por um motivo maior, a raiva existe e permanece. E essa raiva tem me feito ter raiva de muitas outras coisas erradas desse mundo. Tem me feito, inclusive, ser intolerante.

Sim, bastante intolerante, pança loka. Como se a alma, com tanto cansaço, gritasse: CHEGA!!!!! Nem adianta justificativas hipócritas, nem adianta aparências por comodismo... nem quero saber se me acham certa ou errada. Chega, entendeu?! Chega de agir por convenção, por educação, por discrição. Se precisar, eu grito... e até xingo.

Sabe o que eu penso, fedo? A gente iria se divertir muito hoje em dia. E a gente iria brigar muito juntos também, não eu com você ou você comigo. Nós com o mundo, entende? E não porque a gente não goste do mundo, mas porque o mundo, às vezes, precisa se situar um pouco. Podem até me dizer que tudo isso que imagino é pura ilusão minha. Que você nem sempre iria concordar com tudo o que penso, que eu estou te idealizando, te transformando em alguém que, pode ser, você nem seria. Pode ser... posso estar enganada. Mas e daí? Fui eu quem viveu aqueles momentos com você, foi pra mim que você confessou certas coisas, fui eu quem estava presente quando você teve medo, fui eu quem quis o teu maior bem, foi pra mim que você olhou quando sentiu aquilo e mais outro aquilo... então eu digo: seria assim sim!!!

Sinto a tua falta, sempre sentirei. Sempre. Absurdamente. Inacreditavelmente. E pra mim você foi embora cedo demais... o mundo ainda precisava muito de você. O mundo ainda precisa.

Tenho muito medo de as lembranças se acostumarem a ficarem longe de mim.

Um comentário:

Thamires Figueiredo disse...

As coisas acabam sendo inaceitáveis ao ponto de dizer CHEGA, quando a perda e a dor é sentida na gente. Talvez sem fatos dolorosos, nem nós mesmo sabemos se situar dentre tanta coisa errada. Se foi bom pra ti, não se permita deixar todas as boas lembranças esquecidas ou longe, mas fique bem :*